Não é de hoje que, cá comigo, questiono o papel da imprensa sensacionalista que empurra um microfone diante de um pai desesperado ao saber que o filho foi assassinado para perguntar "qual é o sentimento nessa hora". Não se tem mais respeito nenhum pelo pesar, pelo luto, pelo que-vou-fazer-agora das pessoas. A imprensa invade a privacidade de todos, igualmente, seja a atriz Cissa Guimarães, ou a pobre mãe de um jovem trabalhador que foi confundido com um assaltante.
Também me incomodam as entrevistas com possíveis suspeitos - sempre "com exclusividade" por este ou aquele programa "daquela" emissora de televisão - por exemplo, o casal Nardoni. Essas criaturas que sequer merecem ser chamadas de pessoas - tal a brutalidade do ato que cometeram ou encomendaram - aparecem em horário nobre para mentir, negar com a cara mais deslavada do mundo a sua participação na barbárie.
Mas o que me inquieta agora é o papel da imprensa ao divulgar notícias que comprometem investigações e soluções para esses casos de crimes horrendos. A imprensa ou a televisão noticia que vai ser pedida a prisão do suspeito e imediatamente ele desaparece. O último desses casos é o da advogada de Guarulhos assassinada. A imprensa noticiou que seria pedida a prisão do ex namorado, e eis que ele já está foragido. Será que, se as investigações tivessem corrido em sigilo, ele não estaria agora atrás das grades?
A imprensa tem o dever de noticiar absolutamente tudo? Ou melhor, a imprensa tem o direito de noticiar absolutamente tudo? Creio que vale a pena fazer uma pausa e refletir se, no frigir dos ovos, isso é benéfico ou prejudicial para a investigação e solução desses crimes hediondos.
Lili querida, penso igualzinho a voce, fico revoltada como a imprensa trata estas desgraças por dias a fio, dá nojo.
ResponderExcluirE ainda tem os tais programas da tarde, que tb. exploram o tema até a exaustão.
Parabéns, teu blog é 10.
Beijos