Comentário

Todos nós dizemos a mesma coisa, quando conversamos (ou, na maioria das situações, reclamamos) sobre a nossa cidade ou o nosso país. Não tem mais jeito, é assim mesmo, nunca vai mudar... Em outros países, o povo se mobiliza, vai às ruas, protesta, exige os seus direitos. Aqui, nós nos limitamos a reclamar em pequenos círculos de amigos, à hora do almoço, na fila do banco, diante da TV. Por isso, nasce este blog, sem nenhuma pretensão, exceto a de ser um espaço para reflexão. Porque o Brasil não é assim mesmo. Porque pode deixar de ser assim. Difícil? Sim. Mas quem sabe você que me lê e eu não conseguimos começar a mudança?

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Presente de Ano Novo

Bem que eu queria começar o ano com assuntos mais leves, positivos e otimistas do que os do ano passado, mas... nossa presidente (ou presidenta, como ela deseja ser chamada) tomou posse no sábado, e hoje o governo anunciou o valor do novo piso previdenciário, que foi de R$ 510 para R$ 540 desde 1º de janeiro de 2011, além de definir em 6,41% o índice de reajuste para os benefícios acima do piso. 

"Quase igual" ao índice de reajuste dos parlamentares, de módicos 61,8%. Os nossos deputados e senadores, aliás, foram muito generosos com o dinheiro do contribuinte. Além de aumentar para R$ 26.723,00 os quinze salários anuais de deputados e senadores que sequer começaram a trabalhar, concederam aumentos ainda mais astronômicos para os ministros (149,5%) e para Presidente da República e seu vice (133,9%). Todos agora têm o mesmo salário que os ministros do Supremo Tribunal Federal. 

E é um equívoco dizer que os deputados e senadores definem o seu próprio salário. Toda a Câmara de Deputados foi substituída no último pleito, e também dois terços do Senado. Eles aumentaram generosamente o salário dos novos parlamentares. 

É bacana esse Brasil em que as pessoas nem mesmo começaram a trabalhar e já têm um aumento estratosférico de salário, além de todos os outros benefícios: auxílio-moradia, combustível, telefone, gastos com correio, assinaturas de revistas e jornais, etc.  As pessoas normais, do outro Brasil, trabalham um ano inteiro antes de ter um aumento, e o valor superior ao reajuste definido por lei depende do trabalho apresentado.  As pessoas normais, do outro Brasil, recebem apenas treze salários.

Boris Casoy diria: "isso é uma vergonha". Isso é mais que uma vergonha, é uma afronta. E cada vez fica mais difícil repetir que o Brasil não é assim mesmo. Palhaço não é o Tiririca. Nós é que somos feitos de palhaços por nossos "representantes". 
 

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