Bem que eu queria começar o ano com assuntos mais leves, positivos e otimistas do que os do ano passado, mas... nossa presidente (ou presidenta, como ela deseja ser chamada) tomou posse no sábado, e hoje o governo anunciou o valor do novo piso previdenciário, que foi de R$ 510 para R$ 540 desde 1º de janeiro de 2011, além de definir em 6,41% o índice de reajuste para os benefícios acima do piso.
"Quase igual" ao índice de reajuste dos parlamentares, de módicos 61,8%. Os nossos deputados e senadores, aliás, foram muito generosos com o dinheiro do contribuinte. Além de aumentar para R$ 26.723,00 os quinze salários anuais de deputados e senadores que sequer começaram a trabalhar, concederam aumentos ainda mais astronômicos para os ministros (149,5%) e para Presidente da República e seu vice (133,9%). Todos agora têm o mesmo salário que os ministros do Supremo Tribunal Federal.
E é um equívoco dizer que os deputados e senadores definem o seu próprio salário. Toda a Câmara de Deputados foi substituída no último pleito, e também dois terços do Senado. Eles aumentaram generosamente o salário dos novos parlamentares.
E é um equívoco dizer que os deputados e senadores definem o seu próprio salário. Toda a Câmara de Deputados foi substituída no último pleito, e também dois terços do Senado. Eles aumentaram generosamente o salário dos novos parlamentares.
É bacana esse Brasil em que as pessoas nem mesmo começaram a trabalhar e já têm um aumento estratosférico de salário, além de todos os outros benefícios: auxílio-moradia, combustível, telefone, gastos com correio, assinaturas de revistas e jornais, etc. As pessoas normais, do outro Brasil, trabalham um ano inteiro antes de ter um aumento, e o valor superior ao reajuste definido por lei depende do trabalho apresentado. As pessoas normais, do outro Brasil, recebem apenas treze salários.
Boris Casoy diria: "isso é uma vergonha". Isso é mais que uma vergonha, é uma afronta. E cada vez fica mais difícil repetir que o Brasil não é assim mesmo. Palhaço não é o Tiririca. Nós é que somos feitos de palhaços por nossos "representantes".
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