Comentário

Todos nós dizemos a mesma coisa, quando conversamos (ou, na maioria das situações, reclamamos) sobre a nossa cidade ou o nosso país. Não tem mais jeito, é assim mesmo, nunca vai mudar... Em outros países, o povo se mobiliza, vai às ruas, protesta, exige os seus direitos. Aqui, nós nos limitamos a reclamar em pequenos círculos de amigos, à hora do almoço, na fila do banco, diante da TV. Por isso, nasce este blog, sem nenhuma pretensão, exceto a de ser um espaço para reflexão. Porque o Brasil não é assim mesmo. Porque pode deixar de ser assim. Difícil? Sim. Mas quem sabe você que me lê e eu não conseguimos começar a mudança?

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Ah, os trens

No debate dos candidatos ao governo do Estado de São Paulo, ficam os candidatos do PT e do PSDB discutindo sobre qual dos partidos é o responsável pelo sucateamento das ferrovias no estado. Gente de memória curta. Quem permitiu a deterioração das ferrovias  - e não foi só no Estado de São Paulo, mas em todo o país - foi a ditadura militar, a época do milagre brasileiro, em que se incentivou a construção de rodovias, priorizando o transporte individual, em detrimento do coletivo. Foi nessa época que desapareceram os luxuosos trens da Noroeste e da Companhia Paulista. Foi nessa época que começou a decadência do sistema de ônibus na capital, e começaram os congestionamentos. Depois disso, é só correr atrás do prejuízo.  

Trem da Companhia Noroeste do Brasil
Os antigos trens eram luxuosos, confortáveis. As viagens eram divertidas. Viajar de trem era uma festa. Lembranças de uma época em que "o Brasil não era assim mesmo".

Agora, o discurso da moda é "reativar as ferrovias", ou seja, gastar um dinheirão para colocar em ordem o que nunca deveria ter sido destruído. Ora, na Europa e nos Estados Unidos as pessoas nunca deixaram de viajar de trem, mesmo com os carros mais velozes do mundo, com aviões supersônicos, com rodovias sem limite de velocidade. Por que não aprendemos essa lição? 

O transporte ferroviário praticamente não polui, e proporciona, ainda, outras vantagens:  para o transporte de cargas, o fim das intermináveis filas de caminhões pelas rodovias e pelas avenidas das cidades; menos acidentes provocados por motoristas cansados das longas horas de viagem ou por caminhões em péssimo estado de conservação. Para os passageiros, entre outros benefícios, a possibilidade de chegar mais descansado e com menos dores no corpo ao destino. Mas é preciso deixar de apenas falar a respeito, e realmente fazer alguma coisa. A nossa malha viária já está saturada. A aérea, idem. O caos é permanente nos aeroportos. 

Gente, o Brasil não é assim mesmo, é preciso fazer alguma coisa, e não por causa da Copa do Mundo de 2014, mas para melhorar a qualidade de vida dos brasileiros, dos trabalhadores que viajam em péssimas condições, e que pagam impostos caros para ter serviços de qualidade sofrível. 

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