Comentário

Todos nós dizemos a mesma coisa, quando conversamos (ou, na maioria das situações, reclamamos) sobre a nossa cidade ou o nosso país. Não tem mais jeito, é assim mesmo, nunca vai mudar... Em outros países, o povo se mobiliza, vai às ruas, protesta, exige os seus direitos. Aqui, nós nos limitamos a reclamar em pequenos círculos de amigos, à hora do almoço, na fila do banco, diante da TV. Por isso, nasce este blog, sem nenhuma pretensão, exceto a de ser um espaço para reflexão. Porque o Brasil não é assim mesmo. Porque pode deixar de ser assim. Difícil? Sim. Mas quem sabe você que me lê e eu não conseguimos começar a mudança?

sábado, 8 de outubro de 2011

Preço do cinema

Alguém consegue me explicar por que o cinema é mais caro nos fins de semana, se vamos ver EXATAMENTE o mesmo filme que veríamos nos dias de semana???  

Ainda com o direito de ter filas mais longas, mais gente comendo pipoca, mais gente conversando durante a sessão, etc...

Da série "Só queria entender..."

Preço de bebidas em restaurantes

Alguém consegue me explicar por que os restaurantes e lanchonetes cobram tão caro a bebida (água, refri, cerveja), se conseguem comprar em maior quantidade que nós e, portanto, conseguem melhores preços? 
Da série "Só queria entender..."

domingo, 18 de setembro de 2011

Dando uma de Poliana...

E pensar que quando iniciei este blog tinha planos de escrever diariamente... mas aconteceram muitas reviravoltas em minha vida... e tanta coisa aconteceu neste Brasil brasileiro... tantos escândalos, tanta corrupção, tanta denúncia que não deu em nada,  que eu estava até sem ânimo de vir aqui para reclamar... e se bobear a gente até acredita que o Brasil é assim mesmo e é bobagem continuar com o blog... 

Antes de completar um ano sem postagens, decido tentar voltar. Afinal, ainda há uma esperança tênue... mais um ministro deixa o governo (mas, como Poliana, vamos  ficar contentes porque ninguém resolveu 'abafar o caso'...). 

A atriz Hayley Mills, a Pollyanna do filme.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Paciência, não

No Parlamento brasileiro, uma das virtudes raramente presentes, de modo geral, é a celeridade, porém foram necessários apenas vinte minutos na Câmara dos Deputados e dois minutos no Senado para que os parlamentares aprovassem o escandaloso aumento de 61,8% em seus salários, já mencionado aquiCom o governo discutindo a necessidade de controle e redução dos gastos públicos, e com a proposta de um reajuste ínfimo no salário mínimo, este aumento é uma afronta e mostra que os nossos representantes não se preocupam com a opinião pública.

O índice de 61,8% corresponde ao triplo da inflação acumulada desde 2007, quando houve a última correção. O aumento foi arquitetado na surdina e, devido ao baixo quórum, votado de maneira simbólica, o que não permite identificar quem foi contrário ou favorável à proposta. O resultado imediato é um gatilho de reajustes para deputados estaduais e vereadores de todo país. 

Não nos esqueçamos dos benefícios adicionais ao salário a que têm direito os nossos parlamentares: auxílio-moradia, passagens aéreas, cotas de combustível, cotas de telefone, verba para decoração de seus gabinetes... 

Por outro lado, o cálculo da inflação e a pressão do PMDB estão forçando a revisão do valor proposto para o salário mínimo. Talvez, afinal, não seja R$ 540,00, e sim R$ 550,00.  Realmente, os R$ 10,00 vão fazer toda a diferença. E é incrível que ninguém se envergonha, ninguém enrubesce nem gagueja ao propor esses R$ 10,00. 

Os nossos parlamentares ganham mais do que os japoneses, norteamericanos e alemães, por exemplo, mas nesses países a renda per capita é quatro a cinco vezes a nossa, e nem precisamos mencionar a diferença na qualidade da saúde e da educação.

O reajuste de 61,8% foi aprovado em meio à correria de fim de ano, com a esperança de que os eleitores o esquecessem logo. Diz o cientista político David Fleischer, professor da Universidade de Brasília: “No Brasil é assim. Paciência”.

Paciência? Sinto muito, não dá mais. Chega de pagar a conta.  Gente, o Brasil não é assim mesmo. Cabe a nós, eleitores, protestar e exigir um pouco mais de decoro e vergonha e um pouco menos de cara de pau e dinheiro no bolso no nosso Congresso. 

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Presente de Ano Novo

Bem que eu queria começar o ano com assuntos mais leves, positivos e otimistas do que os do ano passado, mas... nossa presidente (ou presidenta, como ela deseja ser chamada) tomou posse no sábado, e hoje o governo anunciou o valor do novo piso previdenciário, que foi de R$ 510 para R$ 540 desde 1º de janeiro de 2011, além de definir em 6,41% o índice de reajuste para os benefícios acima do piso. 

"Quase igual" ao índice de reajuste dos parlamentares, de módicos 61,8%. Os nossos deputados e senadores, aliás, foram muito generosos com o dinheiro do contribuinte. Além de aumentar para R$ 26.723,00 os quinze salários anuais de deputados e senadores que sequer começaram a trabalhar, concederam aumentos ainda mais astronômicos para os ministros (149,5%) e para Presidente da República e seu vice (133,9%). Todos agora têm o mesmo salário que os ministros do Supremo Tribunal Federal. 

E é um equívoco dizer que os deputados e senadores definem o seu próprio salário. Toda a Câmara de Deputados foi substituída no último pleito, e também dois terços do Senado. Eles aumentaram generosamente o salário dos novos parlamentares. 

É bacana esse Brasil em que as pessoas nem mesmo começaram a trabalhar e já têm um aumento estratosférico de salário, além de todos os outros benefícios: auxílio-moradia, combustível, telefone, gastos com correio, assinaturas de revistas e jornais, etc.  As pessoas normais, do outro Brasil, trabalham um ano inteiro antes de ter um aumento, e o valor superior ao reajuste definido por lei depende do trabalho apresentado.  As pessoas normais, do outro Brasil, recebem apenas treze salários.

Boris Casoy diria: "isso é uma vergonha". Isso é mais que uma vergonha, é uma afronta. E cada vez fica mais difícil repetir que o Brasil não é assim mesmo. Palhaço não é o Tiririca. Nós é que somos feitos de palhaços por nossos "representantes". 
 

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Fim de ano

Em meio à correria costumeira, somada à correria de fim de ano, compras, limpezas, telefonemas, comilanças, venho desejar ... 

Feliz 2011!!! 

"Adeus, Ano Velho, 
Feliz Ano Novo, 
que tudo se realize no ano que vai nascer... 
Muito dinheiro no bolso... 
Saúde para dar e vender".... 


E a gente se vê no ano que vem!!! 

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Com esse nome, não batizo!

Aparentemente, há uma escassez de assuntos realmente importantes que mereçam a atenção e os votos de nossos parlamentares, pois tramita no Congresso um projeto de lei que visa proibir o registro de bebês com nomes de origem estrangeira. 


Vira-e-mexe aparece alguém que decide defender a última flor do Lácio de algum ataque imaginário... Há algum tempo, proibiram palavras estrangeiras na publicade. Sale deveria ser "liquidação", por exemplo. Nem preciso dizer que não deu certo, não é mesmo? Nos folhetos de lançamentos imobiliários, vemos que entre os itens de lazer se encontram "espaço gourmet", fitness lounge, playground, e outros mais. 

O Aurélio já registra deletar, por exemplo. Por que proibir, se podemos adotar e aportuguesar (ou abrasileirar) a palavra estrangeira? Em lugar de empobrecer nosso idioma, isso o enriquece. Uma nação que recebe de braços abertos a tantos estrangeiros dos mais diversos lugares do mundo não pode se dar a esses preciosismos. Ou vamos começar a traduzir sashimi, taco, esfiha, moussaka, ceviche, e outros tantos nomes de pratos que incorporamos ao nosso cotidiano? 

A França já foi ferrenha defensora de seu idioma, mas hoje em dia isso é passado. As palavras estrangeiras são pronunciadas com inequívoco sotaque, em geral transformadas em oxítonas, mas em seu idioma original. 

Por que, então, querem agora intrometer-se em assuntos de foro íntimo e familiar e determinar que um bebê não pode ser chamado Washington, William, Michael?  Mais justo, na realidade, seria alfabetizar e dar cultura às pessoas, de modo que Michael não se transformasse em Máicon. Mas nem isso deveria ser problema, afinal, se a família gosta do nome Máicon. 

Imagem obtida aqui

Com essa lei em vigor, muitas famílias se veriam privadas do direito de homenagear algum antepassado estrangeiro, dando o seu nome ao mais novo membro da família...  a novela Caminho das Índias não poderia ter influenciado muitas mamães a dar a suas filhinhas os nomes Maya, Indira, Surya... o Jornal Nacional não teria William Bonner como âncora...   nossa música se veria privada de Isaac Karabtchevsky e John Neschling... nas olimpíadas não teríamos a ginasta Daiane dos Santos, nem o velejador Torben Grael... o nosso esporte nacional perderia seus ícones Richarlyson (do São Paulo), William e Iarley (do Corínthians), Wellington, Patrik e Ewerthon (do Palmeiras)... e quem ocuparia o lugar de Edson Arantes do Nascimento, Emerson Fittipaldi e Ayrton Senna? 

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Um sucesso extraordinário

"O Enem foi um sucesso extraordinário", declarou nosso presidente em Moçambique.  Disse ainda que “tem muita gente que até hoje não se conforma com o sucesso do Enem” e "não vai ser um ou outro caso que vai impedir o sucesso do Enem”.

Novamente nosso dirigente levanta seu escudo contra "a turma do contra", que, diga-se de passagem, foi quem instituiu o Enem, em 1998. A diferença entre "aquele" Enem e o atual é que, à época de sua instituição, o Enem visava apenas avaliar o desempenho dos estudantes ao concluir o período da escolaridade básica. Agora, o Enem é utilizado como critério de seleção para os que pretendem concorrer a uma bolsa no Programa Universidade para Todos (ProUni). Além disso, cerca de 500 universidades já usam o resultado do exame como critério de seleção para o ingresso no ensino superior, como complementação ou substituição ao vestibular.

Será que podemos considerar um "sucesso extraordinário" um exame em que faltavam questões em alguns cadernos e em outros havia questões repetidas? Em que os cartões de respostas continham as questões em ordem trocada? Em que houve desinformação quanto ao que deveriam fazer os alunos, ao preencher seus cartões de respostas? E será que esses alunos representam apenas "um ou outro caso"?

O MEC (Ministério da Educação) admitiu que o erro nos cartões de resposta é de responsabilidade do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), vinculado ao MEC. Já o problema de falta ou repetição de questões nas provas é de responsabilidade da gráfica. 

Como se isso fosse pouco, professores de conceituados cursinhos comparecem à TV e falam de questões sem resposta, ou com mais de uma possível resposta, e há a incrível questão que fala da abertura dos portos em 1810! 

A Justiça Federal cancelou o exame aplicado recentemente e proibiu a divulgação de seus gabaritos. Aliás, este é outro tema que me espanta. O gabarito não estava pronto! "Para salvaguardar o sigilo", o gabarito seria preparado somente após a prova!

Reaplicar a prova somente para alguns alunos, como era o desejo do MEC, não soluciona a questão. É preciso pensar como aluno. Os alunos saíram do exame, no sábado, já confusos porque alguns cartões de respostas não estavam corretos, ou porque alguns cadernos de questões continham falta ou repetição de questões. À noite, viram as notícias no Jornal Nacional, em que já se mencionava a possibilidade de anulação. É bem possível que mesmo alunos cujas provas não continham problemas sequer tenham comparecido à segunda parte do exame, no domingo, ou que tenham feito esse exame desmotivados, sem dar tudo de si. 

O justo é reaplicar o exame para todos. E deixar de considerar um sucesso o que, na realidade, foi, pelo segundo ano consecutivo, uma vergonha. 

domingo, 7 de novembro de 2010

"Enem" este ano deu certo...

De nada adiantou a proibição do uso de relógios mecânicos, lápis, borracha, apontador... novamente a prova do Enem teve problemas: cabeçalhos invertidos nas folhas de respostas, questões faltando, uso de celulares nos locais da prova... 

Apesar disso, o presidente do Inep, Joaquim José Soares Neto, considera que a prova "foi um sucesso". Para ele, os episódios dos erros de impressão e montagem das provas e de impressão do cartão-resposta não abalaram a credibilidade do exame. Seria interessante saber o que constituiria um "fracasso", na opinião desse senhor.

Quanto ao uso de celulares durante a prova, fato confirmado por alunos que fizeram a prova, Soares Neto não considera que tenha sido uma falha de segurança, justificando que não cabe ao Ministério da Educação fazer a segurança nos locais de prova. Se isso não é falha de segurança, não sei o que é...  Talvez isso pudesse ter sido evitado, proibindo que os alunos trouxessem consigo seus telefones celulares, e não se preocupando tanto com o lápis ou o apontador... 

Eu já fiz muitas provas nesta vida, e prestei quatro vestibulares, e o relógio é um elemento fundamental para o bom desempenho nas provas. Com certeza, faltou a iniciativa de se colocar um relógio na parede de cada sala.  O som de um alarme a meia hora do final da prova não é suficiente, nesse momento pode ser tarde demais para alguns alunos. Os fiscais foram orientados, então, a informar a hora sempre que um aluno lhes perguntasse. Imagine-se a confusão em uma sala de prova, com os alunos perguntando a hora a cada quinze minutos... quem consegue se concentrar nessas condições? 

Depois do "vazamento" da prova do ano passado,  fato que adiou a realização da prova e prejudicou milhares de alunos, pela falta de datas disponíveis na maratona de vestibulares no fim de ano, eles queriam recuperar a respeitabilidade e a confiabilidade do Enem. Não foi desta vez. Talvez os alunos prejudicados pelos cabeçalhos invertidos nas folhas de respostas ou pela falta de algumas questões em seus cadernos tenham que ser convocados para prestar outro exame e novamente não será fácil encontrar data disponível. 

O presidente do Inep diz que "nenhum aluno será prejudicado". Caro senhor, os alunos já foram prejudicados. Já dedicaram um fim de semana inteiro a uma prova que talvez tenham que fazer outra vez, e verão reduzido o seu precioso tempo de descanso quando se encaixar uma nova prova nos seus dias "livres". E o que dizer do estado de espírito dos alunos? Ninguém leva em conta o seu cansaço, o seu nervosismo? É o futuro deles que está em jogo. O exame não pode ser considerado com essa leviandade, "erramos, vamos fazer outra prova", é preciso mais seriedade, mais respeito com os futuros universitários, mais consideração pelas horas que passaram debruçados em cima de livros.  

Pois é. E nem este ano deu certo...

sábado, 6 de novembro de 2010

Nem um milímetro

“O PMDB não cederá um milímetro nos seus direitos nem ousará faltar um milímetro nos seus deveres. Essa é a síntese do partido”.

Esta bonita frase foi proferida pelo líder do PMDB e candidato à presidência da Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), quando explicava como seu partido negociará a participação no governo Dilma Rousseff:

Esse senhor informa que o PMDB não abre mão de manter sob Dilma os seis ministérios (Saúde, Integração Nacional, Agricultura, Comunicações, Minas e Energia, e Defesa) que obteve na gestão Lula, à qual se incorporou em 2007.  E mais: o partido sequer cogita a troca de um ministério por outro: "A questão não é só de quantidade, mas de qualidade... Deixa como está". 

Parece-me que está saindo caro o apoio do PMDB... E gostaria de saber como ficam as intenções da Presidente eleita, de constituir uma equipe técnica, com ministros competentes e que entendam de suas pastas... 

Nada como um dia após o outro - neste caso, um dia após o da eleição.